Amigos da jovem de 21 anos que morreu em hospital de Goiânia, onde foi vítima de um estupro, segundo a polícia, fazem um ato em memória dela e também contra a unidade de saúde. A jovem estava em uma UTI, terceirizada, onde imagens de uma câmera mostraram o abuso, cujo suspeito é o técnico de enfermagem, Ildson Custódio Bastos, de 41 anos, que está preso.
Em nota, a empresa que atua no hospital informou que não comunicou o fato antes aos familiares, porque a Polícia Civil pediu sigilo a fim de que as investigações não fossem prejudicadas (veja a nota abaixo na íntegra).
Cerca de 300 pessoas se reúnem no Teatro de Arena, que fica na área 3 da Pontifícia Universidade Católica (PUC), no Setor Universitário, na capital, onde a jovem estudou arquitetura.
Segundo os organizadores, o memorial começou com a leitura de poemas dedicados à estudante.
“Somos amigos dela e a família nos deu apoio na realização deste ato. O que aconteceu com ela foi um ato muito cruel”, disse Ian Vagner Borghi.
Para ele, o hospital foi omisso, porque a família só ficou sabendo do abuso durante o velório, quando o corpo teve que ser retirado e levado ao IML.
“Lógico que se a família soubesse dos abusos não deixaria ela mais lá. Imagino o quanto ela não sofreu, o quanto o psicológico agravou o estado de saúde dela. Justamente ela que defendia a causa feministas, morre desse jeito. Sofreu muito”, completou o amigo.
Segundo delegada, imagens mostram abuso sexual por parte de técnico de enfermagem, em Goiás — Foto: Polícia Civil/Divulgação
O advogado da família, Darlan Alves, também questiona a falta de comunicação aos parentes da jovem. “Se o pai dela tivesse sido informado, teria tirado a filha da unidade”, comentou.
A delegada Paula Meotti foi quem comunicou os pais. Segundo ela, não dá para afirmar que a morte da jovem tenha relação com o abuso.
“Na verdade, é muito difícil precisar isso. Se a gente tivesse tido um período com a vítima maior, para talvez fazer uma avaliação psicológica, diante dos desdobramentos, mas acabou que ela realmente teve uma piora de maneira muita aguda, que nós nem pudemos conversar com ela durante as investigações. Então, infelizmente é muito difícil precisar, mas a gente se indaga a respeito disso”, afirmou a delegada.
Sobre a responsabilidade do hospital, ela afirmou que na área criminal, a unidade “tentou da melhor forma possível para que realmente o agressor fosse punido”.
Quanto ao suspeito, a delegada afirmou que ele preferiu permanecer em silêncio. “Segundo a o advogado, ele vai fazer a defesa em juízo”, informou Paula Meotti., ressaltando que o inquérito está praticamente concluído e deve ser finalizado entre esta sexta-feira e o início da próxima semana.
Veja a nota da empresa da UTI
"A empresa esclarece que assim que tomou conhecimento dos fatos relacionados à paciente Suzy Cavalcante imediatamente afastou seu colaborador, técnico de enfermagem, de suas atividades e iniciou procedimento interno de apuração. Constados os reais indícios de crime comunicou o fato a Polícia Civil, que pediu sigilo a fim de que as investigações não fossem prejudicadas. Somente após o sepultamento da paciente e da divulgação do suposto crime é que seu corpo técnico, de forma reservada, informou aos familiares as providências que já haviam sido tomadas."
fonte: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2019/05/30/amigos-fazem-ato-em-memoria-de-jovem-estuprada-em-uti-de-hospital-de-goiania.ghtml